sábado, 18 de outubro de 2014

A Física e a(s) luz(es)

Quem terá sido o iluminado que descobriu aquela lei da Física que diz que "quando o teu carro está óptimo e vais ao mecânico, na verdade o carro está todo podre"?
Como todos sabemos, mais cedo ou mais tarde o nosso carro vai ter problemas. E tanto pior quanto mais forem as luzes que tiver para acender no painel. Antigamente o carro só estava avariado quando deixava de andar, e aí era a altura de ir ao mecânico. Agora, é tudo electrónico, há avisos para tudo e mais alguma coisa, e está sempre a acender uma luz qualquer. E o pior é que ninguém sabe o significado da grande maioria das luzes. Mas muita gente fica logo aflita "Ai, acendeu-se uma luz! Tenho que ir já ao mecânico ver o que é que está avariado!". E assim fazemos, na primeira oportunidade vamos ao mecânico mostrar o problema, UMA luz. Mas o carro funciona perfeitamente, não faz barulho, não se engasga, nada. Está tudo normal, excepto uma luz acesa no painel. Chegamos à oficina, desligamos o carro e vamos falar com o mecânico. Que sorte, ele tem 5 minutos para fazer um pre-diagnóstico. O mecânico entra no carro, liga o carro e acende-se não uma, não duas, mas pelo menos uma meia dúzia de luzes no painel. Até parece que o carro acabou de chegar de uma prova no meio do mato. "Mas olhe que ainda agora, até chegar aqui, só se acendia a luz amarela do lado direito, e o carro funciona perfeitamente". "Ah, pois, mas olhe que é melhor ter cuidado com estes avisos. Tem aqui avisos de anomalias no motor, direcção, carroçaria, uma a dizer que não limpa convenientemente os estofos de cabedal e outra a dizer que o rádio passa demasiado tempo sintonizado na Rádio Renascença. É aconselhável ver isto o mais rapidamente possível, antes que seja pior". E claro, a custo lá dizemos ao mecânico para arranjar o carro assim que tiver uma vaga. Felizmente ele tem uma vaga imediatamente. "Volte daqui a uma horita que deve estar pronto.". Claro... como se ele não soubesse que é só desligar aquelas luzes todas e está resolvido!
Eu acho-lhe uma graça...!
E depois há o inverso dessa lei da Física, que diz que "quando o teu carro está todo podre e vais ao mecânico, o carro está óptimo".
O carro engasga-se a toda a hora; não passa dos 40Km/h, mesmo que o motor faça 5000rpm; os travões parecem daqueles de calços, das bicicletas Orbita; a embraiagem patina por todo o lado; faz um barulho que parece um comboio; e faz  mais fumo que uma incineradora. "Epá, qualquer dia fico a pé. É melhor ir já ao mecânico". Chegamos lá, e obviamente o mecânico está muito ocupado (a desligar umas luzes num carro que está óptimo, aposto). Mas podemos esperar uma horita que ele já nos atende. Passado já quase hora e meia, vem o mecânico ter connosco. "Então vamos lá dar uma voltinha nisto para ver o que se passa". Entramos no carro, ele liga o carro e... nada. O carro parece óptimo, não há luz nenhuma acesa. "Isto parece estar tudo em ordem, mas vamos dar uma voltinha para ter a certeza". Começamos a andar, e por onde quer que passemos, seja estrada plana, subidas, ou mato, o carro funciona na perfeição. Não há barulhos, não há fumo, a embraiagem e os travões estão afinadíssimos, a direcção alinhada, e o rádio apanha todas as estações sem problemas, incluindo a Renascença. Voltamos à oficina. "Pronto, está tudo bem. Nem lhe vou cobrar nada". Ufa, pelo menos desta safámo-nos. Saímos da oficina todos contentes, afinal não se passa nada de errado com o carro. Até estarmos quase a chegar a casa. O carro começa a engasgar-se, começa a deitar fumo por todo o lado, uma barulheira que parece um comboio e pára... no meio da estrada! Depois de toda a trapalhada com colete, triângulo, buzinadelas e etc., chegamos à oficina no reboque, com o carro atrás, e... o carro tem as luzes todas acesas. "É melhor ver isto rapidamente, antes que seja pior".
Eu acho-lhe uma graça...!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Que horas são?

Já dizia o Einstein, aquele físico alemão de bigode, que o tempo é relativo. E de facto é.
E nem sequer é preciso grandes contas para demonstrar a teoria. Basta ir a um serviço de atendimento público.

Precisamos de ir à Segurança Social pagar qualquer coisa. Muito bem, a hora de encerramento é 16:30. Chegamos lá às 16:12, mais de 15 minutos antes da hora de fecho. O que vamos fazer não demora mais de 3 minutos. "Ah, desculpe mas fecha às 16:30. Já não podemos atendê-lo." - "Mas ainda não são 16:30, não fecha só às 16:30?" - "São praticamente 16:30, já fechou. Desculpe mas vai ter que voltar amanhã. Abrimos às 8:30."
No dia seguinte de manhã, chegamos lá às 8:25, para sermos dos primeiros a ser atendidos. Chegam as 8:30, a porta fechada. Passam 5, 10 minutos, nada. Às 8:49 a porta abre. "Então não abria às 8:30?" - "Sim, são praticamente 8:30. Quem está primeiro?"

Eu acho-lhe uma graça...!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O quase

Gosto bastante da chamada teoria  "do quase".
A teoria do quase é uma espécie de prémio de consolação auto-atribuído. É posta em prática sempre que acontece algo que, apesar de perfeitamente normal e justificável, é algo que não queríamos e que foi obra do azar ou da desconcentração, deixando-nos sempre à beira da vitória ou do sucesso... foi QUASE!
Jogamos no Euromilhões. Fazemos a nossa chave, cheios de confiança, e esperamos ansiosamente pelo sorteio. Sabemos perfeitamente que a probabilidade de acertar na chave completa é muito muito baixa, tendo em conta que temos que acertar simultaneamente em 5/50 números e ainda em 2/11 estrelas. No entanto, não deixamos de ficar completamente destroçados quando nos apercebemos que não acertámos nenhum número (exacto, nenhum), MAS... jogámos sempre em 3 ou 4 número ao lado! Foi QUASE! Jogámos no 18, saiu o 22... jogámos no 27, saiu o 25... jogámos no 1, saiu o 2... que azar! Escolhendo 5/50 números, qual é a probabilidade de sairem 5 números perto dos que escolhemos?!? Isto está enguiçado, de certeza!
Já ontem o Benfica também perdeu com um azar... participou num jogo de futebol, em que se defrontam 2 equipas que querem ganhar o jogo, e em que só há 3 resultados possíveis, e aconteceu um deles... o Benfica perdeu! Mas jogou mais ou menos... foi QUASE! Teve foi azar.
Já sorte teve o Sporting, que só perdeu 1-0. Imaginem que o Sporting jogou com uma equipa muito melhor, a equipa adversária teve muitas oportunidades e o GR do Sporting fez precisamente aquilo que lhe pagam para fazer e para o que ele treina todos os dias: defender... que azar. Logo desta vez que eu estava à espera de uma goleada das antigas. Mas foi QUASE!
Para fechar em beleza, vamos a um quiz e QUASE acertamos em meia dúzia (pelo menos) de respostas. Quase ficámos no pódio. Não ficámos, porque falhámos umas quantas, mas quase ficávamos... se tivéssemos acertado naquela que nos lembrámos depois de o jogo temrinar, e se tivéssemos escolhido a opção certa quando estávamos na dúvida entre duas, e se tivéssemos lido aquele livro, e se tivéssemos estudado melhor as serras e rios de Portugal... foi por pouco!
Basicamente correu tudo mal, não ganhámos o Euromilhões, o Benfica perdeu, o Sporting não foi humilhado, e ficámos abaixo de meio da tabela no quiz. Mas tudo isto injustamente, porque QUASE ganhámos tudo. É quase como se tivéssemos ganho.
Eu acho-lhe uma graça...
Este texto não foi escrito segundo o acordo ortográfico, nem enviado do meu iPad.